Os linguistas estão descobrindo como os apelidos de animais de estimação exploram padrões profundos de jogo ...

Quer que seu cachorro viva mais? A ciência traz 6 dicas comprovadas por especialistas em envelhecimento canino

National Geographic conversou com estudiosos em longevidade para obter recomendações práticas capazes de melhorar a expectativa de vida de seu cão — desde alimentação até a frequência de passeios.

Os linguistas estão descobrindo como os apelidos de animais de estimação exploram padrões profundos de jogo fonético, sinalização emocional e até mesmo as raízes evolutivas da fala humana.

Foto de Jane Thompson
Por Julia Ries Wexler
Publicado 26 de nov. de 2025, 21:01 BRT

E se passear com seu cachorro todos os dias pudesse prolongar a vida dele? E se brincar com eleescovar seus dentes ou levá-lo ao parque pudesse lhe dar mais alguns anos de vida?

Essas são as perguntas que os cientistas do instituto Dog Aging Project, nos Estados Unidos, um projeto científico que investiga o envelhecimento saudável em cães, estão correndo para responder. Embora os pesquisadores esperem, eventualmente, ser capazes de prolongar a vida útil dos cães usando medicamentos de ponta para longevidade, eles estão descobrindo muitas coisas simples e práticas que você pode fazer para ajudar a manter seu cachorro ativo enquanto isso.

Audrey Ruple, epidemiologista veterinária da Virginia Tech envolvida no projeto, não se surpreende com o fato de as pessoas estarem cada vez mais determinadasajudar seus cachorros a viver o máximo possível. Em um período relativamente curto, a sociedade deixou de acorrentar os cães no quintal para dormir com eles, levá-los em carrinhos de bebê e alimentá-los à mão com jantares caseiros.

“À medida que os seres humanos se tornaram individualmente ligados aos seus cachorros, passamos a pensar na expectativa de vida deles da mesma forma que pensamos na nossa”, diz Ruple.

Embora certos fatores, como genética e exposição ambiental, estejam fora do nosso controle, há algumas coisas que podemos fazer para ajudar nossos cães a viverem bem e por mais tempo.

(Sobre Animais, leia também: As 4 espécies de animais que só existem na Amazônia e estão na linha vermelha da extinção)

1. Os cachorros precisam praticar bastante exercício físico — e de forma consistente

De modo geral, uma das coisas mais eficazes que você pode fazer para ajudar seu cão a ter uma vida longa e saudável é exercitá-lo regularmente. Kate Creevy, professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Texas A&M, nos Estados Unidos e também uma pesquisadora do Dog Aging Project, afirma que as evidências mostram de forma contundente que a atividade física está associada a uma melhor saúde cognitiva do animal e a menos diagnósticos de doenças relatados pelos donos. 

Isso porque o exercício reduz as taxas de obesidade, que está associada a um risco maior de doenças nos cachorros como diabetesosteoartrite, incontinência urinária e função respiratória prejudicada, que podem encurtar a vida de um cão.

Quanto à quantidade de atividade que seu cachorro precisa? A Associação para a Prevenção da Obesidade em Animais de Estimação dos Estados Unidos recomenda pelo menos 30 minutos de atividade aeróbica por dia, mas a quantidade depende muito da raça do cão e do temperamento do seu amigo. Raças esportivas e de pastoreio, como heelersspaniels, precisam de muito mais atividade do que, digamos, um buldogue francês ou um maltês.

O segredo, independentemente da raça, é ser consistente. Os “guerreiros de fim de semana” — cães que são em grande parte sedentários e depois fazem curtas explosões de atividade excessiva, como uma caminhada intensa ou uma longa corrida nos fins de semana — podem ter uma série de problemas de saúde. “Assim como as pessoas, esse tipo de atividade extrema intermitente é mais propenso a causar lesões”, afirma Creevy.

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    Donos de cachorros levam seus animais de estimação para nadar em Xangai, na China. O exercício é fundamental para manter seu cão saudável por mais tempo, mas pesquisas mostram que a consistência é essencial. Cães que são mais sedentários e, então, realizam atividades excessivas de curta duração, como caminhadas intensas ou corridas longas nos fins de semana, podem apresentar uma série de problemas de saúde.

    Foto de Justin Jin, National Geographic Image Collection

    Caminhar pode ser a solução mais óbvia, mas você também pode correr, fazer trilhasnadar, matriculá-los em aulas de agilidade ou brincar de buscar, jogar frisbee e cabo de guerra. Se você estiver com pouco tempo, esconda guloseimas em sua casa e incentive seu cão a procurá-las ou faça uma corrida rápida de 10 minutos ao redor do quarteirão. “O melhor exercício é aquele que você e seu cão farão”, diz Creevy.

    2. Ajude seu cachorro a fazer amigos


    Os pesquisadores do Dog Aging Project descobriram ainda que a conexão social pode ter um impacto profundo no bem-estar dos cachorros. Cães que tinham mais amigos humanos e animais (incluindo gatospássaros e roedores) apresentavam menos diagnósticos médicos relatados pelos donos, como osteoartrite, alergias e doenças gastrointestinais, segundo um estudo de 2023.

    Essas amizades estimulam os cães e os mantêm cognitivamente ativos, de acordo com Creevy. “Os cães são uma espécie social, assim como as pessoas”, afirma ela.

    As descobertas se somam a pesquisas anteriores que mostram que cachorros que vivem em ambientes enriquecidos (por exemplo, com brinquedos estimulantes e muito tempo para brincar) eram mentalmente mais ágeis na velhice. Esses pesquisadores postularam que o enriquecimento promove a geração de novas vias neurais que mantêm o cérebro canino saudável e adaptável, explica Creevy. 

    A lição? Brinque com seu cão, leve-o para passear e deixe-o conviver com os amigos peludos, se ele se der bem com outros animais. “Se você fizer esse tipo de coisa ao longo da vida dele, poderá adiar o declínio cognitivo do seu cão mais tarde”, diz Creevy.

    (Conteúdo relacionado: Como se calcula a idade dos cachorros? Entenda como os cães envelhecem)

    3. Leve seu cão para castrar ou esterilizar


    Estudos têm demonstrado consistentemente que cães castrados vivem mais do que os que não são castrados.

    Por quê? Nas cadelas, a castração reduz drasticamente o risco de câncer de mama e elimina o risco de câncer de útero e ovário. Nos machos, a castração previne o câncer testicular e diminui o risco de doenças da próstataCachorros castrados também tendem a ser menos agressivos e menos propensos a vagar em busca de um parceiro, reduzindo, em última instância, as chances de serem atropelados por um carro ou brigarem com outro animal.

    Se você adotar seu cachorro em um abrigo, ele provavelmente já terá sido castrado ou esterilizado, então talvez você não precise se preocupar com essa dica, mas os veterinários geralmente recomendam castrar seu cão quando ele atingir a maturidade esquelética, diz Creevy. Novamente, o momento ideal varia entre as raças, então o melhor a fazer é consultar seu veterinário e obter sua opinião.

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      Foto de MARK STONE, National Geographic Image Collection

      4. Siga a ciência — não as tendências online — ao alimentar seu cachorro


      De ração a refeições caseiras e alimentos crus a liofilizados, existem inúmeras opções quando se trata de alimentar o seu cachorrinho. Mas muitas delas apresentam uma série de riscos à saúde dele.

      Alimentos crus, por exemplo, podem conter microorganismos que causam infecções como a salmonela. As refeições caseiras muitas vezes não atendem todas as necessidades de proteínas, gorduras e micronutrientes dos cães e têm sido associadas a taxas mais altas de doenças gastrointestinais e renais

      E o excesso de restos de comida, especialmente os gordurosos, pode levar a problemas com risco de vida, como gastroenterite hemorrágica e pancreatite, afirma Erik Olstad, professor assistente de cuidados primários da Faculdade de Medicina Veterinária da UC Davis, dos Estados Unidos.

      maior problema que os veterinários observam atualmente é a superalimentação. As pessoas muitas vezes subestimam a quantidade de comida que dão aos seus cães, diz Olstad. 

      obesidade pode desencadear uma série de efeitos negativos para a saúde canina — acelera a artrite e doenças articulares, dificulta a recuperação dos cães de lesões e contribui para problemas renais e hepáticos. Cães obesos podem perder a capacidade de se exercitar e, com isso, todos os benefícios para a saúde associados. “Torna-se um ciclo vicioso”, comenta Creevy.

      É por isso que a obesidade tem sido associada a uma redução da expectativa de vida de cerca de 2,5 anos, segundo algumas estimativas, enquanto ter uma massa corporal magra está associado a uma expectativa de vida mais longa. “Isso é algo que vemos em todas as raças, pesos e fases da vida”, diz Ruple.

      Como tudo na vida, as necessidades nutricionais do seu cão dependem da idade, raça, nível de atividade e personalidade dele. O conselho de Olstad? Mantenha as coisas simples. Tanto Creevy quanto Olstad recomendam escolher um alimento para animais de estimação que atenda aos padrões nutricionais estabelecidos pelas organizações oficiais de veterinária que fornecem avaliações e padrões para rações animais. Procure as declarações de adequação nutricional na embalagem, que garantem que o alimento é completo e equilibrado.

      (Você pode se interessar também: Cachorro caramelo: qual é a origem do cão mais popular e querido do Brasil?)

      5. Leve seu cão ao veterinário pelo menos uma vez por ano — e com mais frequência à medida que ele envelhece


      Agendar exames de rotina para o seu animal de estimação pode ajudar a detectar doenças mais cedo, iniciar o tratamento mais rapidamente e melhorar os resultados de saúde e a expectativa de vida do seu cão a longo prazo.

      Um artigo publicado em 2023 descobriu que os cachorros avaliados regularmente por um veterinário tinham 30% menos chances de desenvolver doenças crônicas. Ele também descobriu que cães vacinados tinham 40% menos casos de doenças transmissíveis, enquanto o acesso a medicamentos contra pulgas, vermes e carrapatos reduzia o risco de infecções parasitárias em cerca de 35%.

      Com que frequência você deve levar seu cão ao veterinário? Após as consultas de filhote, os cães devem (idealmente) consultar um veterinário uma vez por ano e, depois, duas vezes quando atingirem a terceira idade.

      6. Escove os dentes do seu cãozinho


      Os cuidados dentários também têm sido associados à redução da taxa de mortalidade em cachorros. As doenças dentárias podem desencadear inflamações no organismo, causar infecções potencialmente fatais e agravar problemas de saúde pré-existentes, como doenças cardíacas, de acordo com Olstad. “É como jogar gasolina no fogo que já está aceso”, afirma.

      Escovar os dentes diariamente é o ideal, mas mesmo algumas escovadas rápidas algumas vezes por semana já são benéficas. “Não é um trabalho pesado se comparado com a forma como temos que escovar nossos próprios dentes”, comenta Creevy.

      O objetivo não é fazer com que seu cachorro viva para sempre. Em vez disso, é maximizar a expectativa de vida saudável do seu cão — o tempo de vida em que ele está ativo e livre de doenças. “Um animal pode viver até os 20 anos, mas e se os últimos três anos forem um inferno para ele? Não é isso que queremos”, explica Olstad. “O mais importante é que eles vivam o máximo possível e com saúde.”

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